Em meados da década de 1910, o Escutismo, que naquela altura só admitia rapazes a partir dos 11 anos, deparava-se com um problema: Muitos meninos menores de onze anos também queriam ingressar no Escutismo e, com frequência, eram os irmãos mais novos de escuteiros.
Baden Powell (B.P.) tinha então que tomar providências para solucionar este "problema". Embora estivesse recetivo à ideia, teve que tomar precaução para evitar que se pensassem que o seu Movimento estava a criar uma espécie de infantário para escuteiros.
As suas preocupações principais eram:
- Não cansar as crianças desta idade com atividades que estavam além das suas capacidades físicas
- Evitar o risco de perturbar os rapazes mais velhos, os quais poderiam sentir-se humilhados por terem que realizar as mesmas atividades dos mais jovens
Para esclarecer as suas ideias, escreveu no final de 1913, as primeiras tentativas de denominar os meninos. Surgiram várias sugestões: Juniores Scouts, Beavers (castores), Wolf Cubs (lobitos), Cubs (filhotes), Colts (potros) e Trappers (ajudantes de caçador).
Em suma, B.P., preocupava-se que o novo ramo do Escutismo tivesse as suas próprias características pedagógicas.
Em 1914, com a ajuda de amigos, publicou um plano resumido para o ramo dos Lobitos (designação escolhida). A publicação desse plano foi acompanhado da promessa de B.P. de elaborar um manual próprio para os pequenos, o qual abordaria um método com características próprias.
Com o início da 1ª Guerra Mundial, o projeto do manual foi adiado. Entretanto, B.P. convidou uma senhora de nome Vera Barclay para assumir a responsabilidade da organização dos Lobitos. Em 1916 surge o livro "Manual do Lobito" escrito por B.P. mas com uma grande ajuda de Vera Barclay.
O fundo educativo do Manual do Lobito foi inspirado no livro "The Jungle Book" ("O Livro da Selva"), de Rudyard Kipling, o grande romancista e poeta inglês, nascido e criado na Índia, e laureado com o Prémio Nobel de Literatura em 1907
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